Performance Banquete Antropofágico Brasileiro



PERFORMANCE DE Wagner Lacerda com o grupo de alunos matriculados na disciplina Expressão tridimensional III EBA 135 Ministrada na Escola de Belas artes da Universidade Federal da Bahia,onde pude vivenciar por um mês a excitação dos alunos a absorver os conteúdos teóricos e vivenciar os laboratórios práticos de técnicas de corpo para liberação da quarta dimensão e rompimento de fronteiras e timidez,a principio muita resistência porque eu juntamente com o professor Ricardo Biriba adicionamos a performances aos conteúdos dos componentes de organização espacial: ponto linha superfície e volume e os alunos muitas vezes se afastam quando o assunto é  a exposição do próprio corpo como veiculo de expressão tão usado na performance ,então fui oferecendo os conteúdo paulatinamente dando suporte e embasamento teórico mostrando exemplos das vertentes da performance ,com aulas expositivas e vivencias corporais com movimento autentico e LMA. alem das praticas apreendidas do Butho, nas capacitações que obtive  com Ciane Fernades, Ricardo Biriba e Calé Miranda.  Cada aluno foi trazendo suas referencias também e produzindo movimentos e expressões o trabalho. Vanessa Bispo, aluna do Bacharelado Interdisciplinar, fez o áudio baseado numa ideia que sugeri de colocar musicas  com noticiários atuais coo a votação do impeathmant da Dilma Russef , associado ao funk  carioca e canções  “o tempo não para” de cazuza , Adriana Calcanhoto canta a musica “COMIDA” do grupo de MPB titãs, Panis Et Circenses dos Mutantesentre outras e entre esse material ruído de mudança de estação de radio .Ao fundo da mesa tínhamos junto a gravuras  de canibalismo de HANS STADEN viajante alemão aventureiro que esteve no brasil no Séc XVI do Brasil colônia para construir essa grande escultura social brasileira e através da arte comunicar nossas inquietações sobre a politica em vigor em nosso País.  No banquete todos os convidados a mesa cortavam uma salada que era jogada numa gamela de madeira que estava sobre nossos corpos pintados como esfolados como carne viva associados a outra carnes assadas . eu e mais Rebeca  ficamos ao centro da mesa enquanto 12 alunos preparavam esta salada. Meus movimentos vieram do Butoh  a principio um corpo contorcido e com movimentos lentos que só comunicavam as inquietações que deste momento politico, noutros momentos  estava em um estão de dilatação do corpo que parecia em transe, eu circulava a gamela e mexia a salada temperando e comendo violentamente cada verdura, carne, legume  hortaliça fruta ,vinho.um bolo em forma de cérebro foi trazido a nossa mesa feito com todo realismo por Leticia Moraes e comíamos de boca e mãos como animais vorazes. Compartilhada com cada convidado a mesa a comida e também com o publico ao fim saio da mesa  e sirvo  nossa salada ao publico.



Depoimento Aléxia Corujas sobre participação na performance :
Banquete Antropofágico do Brasil


Após o segundo trabalho (instalação) iniciou-se em sala de aula atividades e aulas teóricas sobre performance e intervenção urbana. A primeira atividade que realizamos marca o início do nosso contato com a performance e que depois viria a se transformar e culminar no Banquete Antropofágico. Nessa primeira atividade “analisador e o analisado” um aluno se movimenta da forma como quiser, realizando movimentos autênticos, e o outro analisa os movimentos do colega seja de forma escrita, por meio de desenho... Nessa experiência foram resgatadas muitas lembranças da infância de forma intensa e significativa. Depois realizamos movimentos autênticos com um banco. Pudemos soltar o corpo e a mente, trabalhar o contato com os colegas e fortalecer as relações de amizade. Também experimentamos algumas técnicas de Butoh e assim fomos mergulhando cada vez mais no universo da performance e acabando pouco a pouco com os preconceitos que a maioria dos alunos tinham sobre performance. Sem dúvida a VI Mostra de Performance da Escola de Belas Artes foi o empurrãozinho que faltava para que de atividades experimentais passássemos a performance de fato, como algo sério. Foi aí que Wagner veio com a proposta do Banquete e fazendo com que os alunos tomassem coragem, topamos então participar dessa arte colaborativa.

A princípio o banquete parecia algo simples e desprentencioso. Por que estou falando isso? Porque a performance Banquete Antropofágico é fruto dessa trajetória traçada em sala de aula. Continuando, a medida que os alunos iam se familiarizando com a ideia, novas ideias foram surgindo e agregando na concepção da performance.Banquete quer dizer fartura e nessa mesa deveria ter essa fartura e as pessoas que pudessem ter e bancar essa fartura, no caso, os ricos. Por isso na performance fomos de Preto (representando o luto, a tristeza por essa sociedade hipócrita e segregada onde só alguns podem ter banquetes), e elegantes representando os ricos. A toalha feita pelos alunos com folhas de jornal na verdade é uma crítica. Comemos, almoçamos, jantamos todos os dias sendo bombardeados por notícias e elas são tão repetitivas na maioria das vezes que acabam caindo na normalidade e você não se choca mais, não presta mais atenção. A toalha é notícia e mesmo assim ninguém se importa e ela é então só uma toalha de mesa. A maquiagem traz um rosto sem identidade, formado por vários rostos. Retrata o momento que estamos vivendo onde a busca por uma identidade torna-se cada vez mais difícil num mundo globalizado com comportamentos e cultura importados e impostos pela moda, pela música, pelo mercado, pelos produtos, pelo capitalismo e a necessidade de se rotular. Além disso esse rosto com mais de um olho, uma boca demonstra também a necessidade que temos hoje de ser multi.Estar ligado em várias coisas ao mesmo tempo (falar no Whatzzap com 5 pessoas enquanto janta e está pensando no trabalho) e acabar não focando em nada, estarmos trabalhando mais, ficando mais cansados por adquirir mais tarefas e ficando sem tempo para o lazer, o convívio social e a família por exemplo. Na mesa temos o retrato claro da antropofagia que já era praticado por tribos canibais por todo o mundo a mais de 2 mil anos. Na verdade representa a falta de humanidade, do homem engolir o outro, passar por cima sem dó nem piedade por ganância, egoísmo, a falta do senso de coletividade, de enxergar o próximo como próximo e semelhante. E na mesa limpa e bonita cercada por gente elegante e rica são cometidas as maiores atrocidades contra a humanidade. O cérebro que está na mesa é o seu cérebro que vai sendo consumido pelas empresas, pelas propagandas, pela alienação. Ao fundo ouve-se músicas de protesto, letras questionadoras, notícias de toda ordem, incitando a reflexão do público. Na mesa, ainda há pessoas com o celular na mão que estão mais preocupadas em tirar selfies e foto do prato do que comer. As refeições no passado eram momento de reunião, encontro, troca de companhia, conversa, convívio, olho no olho, “como foi lá na escola hoje?”, e hoje as passos estão reunidas nos restaurantes, nas casas, mas não conversam, estão no celular. Por essa e outras questões abordadas, a performance Banquete Antropofágico é um convite a crítica ao momento que estamos vivendo, aos comportamentos que estamos adquirindo, a autocrítica e a reflexão.Foi um momento muito legal resultante de uma trajetória de vivências, colaboração e coragem de cada um em se expor em prol da arte. Muito obrigada à todos que participaram e ao professor Wagner por proporcionar essa experiência enriquecedora e libertadora.  



ALUNOS  Alexia Barbosa corujas, Altamirando Correia ,Camila miranda Damiao Celma Antunes;,Jane mary,Rebeca Sampaio Feitosa, sami Rocha de Jesus,Vanessa Vieira Santos Bispo, Pamela Pachado , Leticia, Franciele Frons,

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