As primeiras performances de Wagne Lacerda em cena fragmentação de tempo espaço e estudo do tempo performance- video- instalação

A primeira vez fiz presencialmente uma performance foi em 1999 com o grupo A-feto da UFBA cordenado Por Ciane Fernandese foi resultado de um curso de pósgraduação em arte contemporanea ela se chamava fragmentação de tempo espaçoassociando as eras do ciclo indiano, entre os vários momentos da performance, destaca-se aquele no qual os performers – representando as quatro eras: do ouro, da prata, do cobre e do bronze, respectivamente a KritaYuga, TretaYuga, Duapara Yuga e KaliYuga – realizam movimentos, equilibrando-se sobre copos de vidro, fazendo alusão ao animal sagrado da Índia, a vaca. Equilibrando-se em um, dois, três e quatro copos - trabalho de corpo também realizado por Ciane Fernandes e elenco da Performance Hybridus Co(R)pus, ICBA.1996 - representando as eras ou as patas da vaca (uma, duas, três ou quatro patas), em alguns momentos do trabalho, havia uma conexão entre as eras, acrescentando-se textos, poemas e Movimento Genuíno, resgatando alguns fragmentos dos princípios de Hybridus Co(R)pus, CorPoesis Prematurus, vividos pelo grupo, que de forma consciente/inconsciente afloravam.

Fragmentação de Tempo-Espaço (2000) é uma análise da cultura contemporânea no sentido de somar vivências do homem que vive à beira de uma sociedade fragmentada. Aqui há uma preocupação com conceitos maiores de vida, tempo e espaço, procurando através da arte uma reeducação do ser humano em experiências com o espaço e com o coletivo (Figuras 58 e 59).




































Neste sentido, minha obra aproxima-se à Dança Amorfa do coreógrafo Cláudio Lacerda que nos esclarece:


Um ser procura seus fragmentos numa sociedade decadente, mercantilista, deslumbrada com a tecnologia, pós-guerra, pós-colonial, pré-dignidade, pós-humana. O corpo, como matéria primeira e primal, vem tentar juntar os cacos deste ‘homo destroçadus’, levantando-se das ruínas e lançando seu grito surdo. Um grito abafado preste a romper os tímpanos entorpecidos pelo mofo desolador da inércia burra. Esta dança é amorfa porque é a partir deste lodo inerte que este ser e o seu corpo vêm fazer uma arqueologia do ser chamado humano (LACERDA, 1999, p.80).


Já a performance Estudo do tempo, que aborda também o tempo-espaço, foi apresentada em dois momentos distintos: em 1999 e em 2004. A primeira contou com a participação do ator-dançarino Ricardo Fagundes, do Grupo A-FETO, e foi apresentada no dia 8 de junho, no atelier Luís Cláudio Campos, localizado no bairro de Amaralina, Salvador. Nessa proposta inicial, usei slides de imagens sobre o tempo, associadas a uma instalação com forma de ampulheta, com elementos cênicos em sua base (bonecos fragmentados, isopor) imagens internas dos movimentos mínimos do performer e projeções externas.

Cinco anos mais tarde, em 2004, aquele trabalho foi reelaborado em novas dimensões e equipamentos, mudando as projeções de slides para vídeo. Foi adicionado ao contexto, o momento político-social mundial gerado pelo atentado de 11 de setembro, nos Estados Unidos (a destruição das torres gêmeas); o massacre dos árabes pelo exército norte-americano, entre outras imagens fortes mescladas e apresentadas na VII Bienal do Recôncavo que aconteceu na cidade de São Félix, Bahia.

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