Diario de passagem

DIÁRIO DE PASSAGEM: DEIXE SUAS IMPRESSÕES, DESENHOS,POESIAS...

Idéia- tema

Diário de Passagem é uma desconstrução dos registros aprimorados, os grafismos geométricos feitos pelos nossos ancestrais, como resgate contemporâneo de ações ritualísticas do Homo Sapiens ao se permitir pintar para seduzir sua caça, ou em uma cerimônia de guerra e de paz.

Neste trabalho, o artista oferece o corpo humano para aqueles que queiram construir um diário de passagem - vivo para isso existe a presença de um ritual inicial onde através da retirada das máscaras do cotidiano (as roupas) e colocação de outras máscaras, o performer convida o público a participar da construção da obra. Apresentando conceitos de interno/externo, de liberação e rompimento de fronteiras unindo arte e vida.

Em Diário de Passagem, deixo que o público escreva o que sente; é o momento que eu exponho o interno e absorvo o externo das escritas feitas em meu corpo pelo púbico.

Esta performance foi criada a partir de uma solicitação para uma exposição intitulada Vias do Corpo, de curadoria do norte-americano Jordan Martins, então colega de mestrado, na Casa VIA CORPO, espaço de dança, pilates e yoga, no bairro do Rio Vermelho, Salvador . Sua proposta, como anunciava o convite, era: ”Uma mostra e evento de artes plásticas envolvendo ‘O corpo’ através de técnicas e perspectivas diversas dentro de um espaço não-convencional”. Em dezembro de 2006, a performance aconteceu novamente no projeto Ruínas Fratelli Vitta, Salvador, nas ruínas dessa antiga fábrica de cristais se apresentando na IX Bienal deo reconcavo 2008 No projeto Casa Aberta mostra coletiva de manifestações do corpo, teatro Villa velha 2009 e na exposição Intervenção Domestica de monica simoes como pocket show em 2010 .em cada lugar o trabalho assume uma casa se adaptando ao meio e ao publico.
Ao retirar toda roupa preta na frente do público (as máscaras do cotidiano caem). As outras máscaras começam a ser colocadas como um ritual, mas potencializadas pelo branco dão um a certa estranhamento a cena principalmente a máscara dos olhos: A lente de contato branca. A touca permaneceu como na primeira apresentação e o tapa sexo passou a ser branco em vez de cor da pele .



A MÁSCARA DA MENTE: TOUCA representando a dissimulação do pensamento.
A MÁSCARA DOS OLHOS: LENTE DE CONTATO – único lugar onde ninguém pode entrar os olhos são visto como o espelho da alma onde não existe acesso do mundo exterior.
A MÁSCARA DO SEXO: TAPA-SEXO:
Camufla a área do sexo nos tornando divinos ou unificando homem/mulher.
A MÁSCARA DO CORPO: A PINTURA CORPORAL
Proteção do corpo e “senha” de acesso e para que em me torne livro e receba a escrita no corpo.

A camada pictórica sobre o meu corpo faz surgir uma nova possibilidade de pintura, diferente das que eu desenvolvia nas telas, desta vez temos uma pintura “fresca” no sentido mais contemporâneo meu corpo se desloca no espaço criando desenhos e formas coloridas sobre a mesa multiplicando os suportes de expressão (Figura 116).





Umas das curiosidades desta pintura facial é que ao deixar as pálpebras sem pintar associada aos olhos também brancos por um instante deram a sensação que esta área é que tinha cor e foi preenchida com uma camada de vermelho - terra, que na verdade era a cor natural da pele e o branco virou fundo como uma folha de papel.








Basta que a primeira pessoa receba o pincel para que as outras se pronuncie e comecei a participar do diário de passagem coletivo apesar de que temos vários tipos de público: observador que talvez pela timidez ou pela contemplação prefere ficar a distancia; o participante que interage e faz parte da cena e o multiplicador que faz estender a performance em outras linguagens particulares como fotografia e vídeo .











A cena final desta performance na Galeria Cañizares acontece numa escadaria de mármore branco, principal entrada do espaço (onde pude associar alguns movimentos de Híbridos Corpus) onde dar acesso a rua Araujo Pinho contei também com todo o público que me viam de prédios, ônibus, residências ou passava na citada rua do Bairro do Canela onde se encontra a referida Galeria. Os transeuntes desenformados e assustados com aquela figura branca, toda manchada, agiram das mais variadas maneiras (sorrindo, criticando e contemplando). Mas uma vez o jato de água-de-cheiro que desfaz as escritas do “corpo-diário”, surpreende e choca deixando o público eufórico.

O banho de água-de-cheiro, nos situa na cultura baiana sem ser caricato e simboliza entre outras visões traz a purificação ,a limpeza do corpo-livro e a morte, único momento em que o homem pode ser ele mesmo; ou ainda, a possibilidade do renascimento para uma nova fase: um novo “diário de passagem” .
(OLIVEIRA,lacerda,2008 dissertação mestrado)

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